Nos Estados Unidos, pesquisadores da Mayo Clinic usaram dados, gerados por um eletrocardiograma (ECG) de um Apple Watch, para detectar pacientes com disfunção ventricular esquerda — um tipo de insuficiência cardíaca. Após a coleta, as informações foram interpretadas por um algoritmo de Inteligência Artificial (IA) e foi possível obter indicador da condição.
Normalmente, um ECG padrão depende de 12 eletrodos fixados, estrategicamente, no peito, braços e pernas de uma pessoa. A partir do procedimento “complexo”, é possível analisar os sinais elétricos do coração. Com a nova descoberta, a equipe propõe apenas o uso de um Apple Watch, de forma remota, para identificar este possível risco de insuficiência cardíaca, mas pesquisas complementares ainda são necessárias.
O estudo foi apresentado, pela primeira vez, durante a conferência Heart Rhythm Society, que aconteceu no último domingo (1). Em breve, a pesquisa completa deve ser publicada em uma revista científica e passará por revisão de pares.
Entenda a insuficiência cardíaca
É importante destacar que a disfunção ventricular esquerda afeta 2% a 3% das pessoas em todo o mundo e até 9% das pessoas com mais de 60 anos, segundo Paul Friedman, presidente do Departamento de Medicina Cardiovascular da Mayo Clinic.
De forma geral, a condição pode não apresentar sintomas ou pode ainda estar associada a falta de ar, inchaço nas pernas ou batimentos cardíacos acelerados. A questão é que é facilmente confundível, demandando a necessidade de formas mais simples de diagnóstico.
“É absolutamente notável que a IA transforme um sinal de ECG do relógio do consumidor em um detector dessa condição, o que normalmente exigiria um exame de imagem caro e sofisticado, como um ecocardiograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética”, completa.
Entenda o estudo com o Apple Watch
No total, o estudo englobou 2,4 mil pacientes da Mayo Clinic com um iPhone e Apple Watch série 4 ou posterior. Os pesquisadores receberam mais de 125 ECG para analisar, o que permitiu a escolha das leituras mais limpas.
“Aproximadamente 420 pacientes tiveram um ECG de relógio registrado dentro de 30 dias de um ecocardiograma clinicamente solicitado ou ultrassom do coração”, explica o cientista Itzhak Zachi Attia, um dos autores do estudo, em comunicado.
A ideia era usar esses dados para descobrir se a disfunção ventricular esquerda poderia ser identificada a partir de uma análise do ECG do relógio. Embora os dados sejam iniciais, “o teste é tão bom ou ligeiramente melhor do que um teste médico em esteira”, afirma Attia.
Fonte: Mayo Clinic
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